Direitos sobre o material bruto estão em negociação em Los Angeles |
The Other Side of the Wind, um dos últimos filmes de
Orson Welles, rodado em 1972 mas nunca lançado, pode ver a luz da sala de projeção. Um advogado de Los Angeles disse ao jornal The Observer que a longa disputa judicial que impedia a estreia está para terminar.
"Nós estamos negociando os direitos sobre o filme, o que deve levar à finalização e à exibição pública. Se tudo der certo, saberemos com certeza nas próximas semanas", disse o advogado Kenneth Sidle.
Sidle representa Jacqueline Boushehri, viúva de um parente do Xá do Iraque e uma das produtoras do filme. Outra detentora dos direitos parciais, Oja Kodar, amante de Welles, também participa das negociações. Ambas estão interessadas em vender as suas partes, e os potenciais compradores já confirmaram que o filme está em condições de ser montado e lançado.
"Eles não colocariam dinheiro se não estivessem cientes disso",
emenda o advogado.
The Other Side of the Wind conta as últimas horas da vida de um diretor, interpretado pelo também cineasta John Huston. "É um filme sobre um diretor bastardo, cheio de si, que pega pessoas, as cria e as destrói. É sobre nós, John", teria dito Welles na época.
A versão que há anos está guardada em um cofre é bruta. Peter Bogdanovich, crítico, ensaista, ator e diretor que aparece em The Other Side of the Wind, teria recebido de Welles anotações para a montagem. Bogdanovich é um dos profissionais envolvidos na tentativa de finalizar o filme.
Há, porém, aqueles que se opõem à manipulação do material.
Françoise Widhoff, produtora do F for Fake de Welles, que esteve presente no set, prefere que todo o material bruto seja trazido a público. "O jeito como foi filmado, como foi atuado. É muito moderno e livre", disse ela. Segundo o filho de Huston, o ator Danny Huston, o material é "absolutamente fascinante".